Entrevista realizada à escritora Elsa Correia Pereira na Escola Básica de Santo António-1º ciclo, durante a visita da autora. Os alunos do 4º ano, Isabella Santos, Diego Silva, Renan Martins e Sara Ramos prepararam e realizaram a entrevista de forma autónoma, sob orientação da professora bibliotecária Ana Paula Gomes.
– Porque escreveu um livro para crianças?
Por duas razões: porque eu gostava que a história de uma parte da família, a família do meu pai, ficasse escrita e, no fundo, escrevi a história da Quinta da Alegria que é a história real dos meus avós paternos. Eu gostava que isso ficasse registado para os meus filhos e futuras gerações.
– Quando lhe surgiu a ideia de escrever este livro?
A primeira vez que me surgiu a ideia foi para um concurso de literatura infantil do Pingo Doce no início de 2018. Então passei o livro a escrito, já tinha algumas ideias mas passei a livro nessa altura para concorrer, mas não ganhei .
Porque escolheu as notas musicais como personagens principais?
Porque gosto muito de música e acho que para as crianças, transmite alegria, a música. Queria também transmitir a ideia de amizade de sete amiguinhos que andam sempre juntos e que, no caso deles, enfrentaram o desafio de ir à procura… Então, transmite o conceito de alegria e amizade.
– Porque é que o livro tem músicas?
Para mim, tanto a escrita como a música, são formas de criatividade, de pôr em ação a nossa imaginação. Então juntei esta duas formas de criatividade que eu gosto muito. A escrita e a música, a composição de pequenos poemas, mas musicados e acho que, também para as crianças, uma verdade, um princípio, uma aprendizagem é mais fácil de memorizar através da música. Algumas crianças mais pequeninas ainda não sabem ler bem, então a música ajuda a memorizar.
– Porque escreveu o “Diário de uma mulher feliz”?
O “Diário de uma mulher feliz” é um livro para adultos, especialmente para mulheres, também pode ser para jovens e adolescentes e é um livro que tem como objetivo encorajar. Vocês sabem que às vezes os adultos passam por problemas, enfrentam dificuldades. As crianças passam tempo a mais a brincar, claro que às vezes também têm problemas, mas distraiem-se mais uns com os outros nas escolas a brincar. Às vezes os adultos com os seus problemas ficam a pensar muito naquilo, ficam desencorajados, alguns até ficam tristes ficam doentes choram e eu escrevi este livro para que as pessoas possam ler um capítulo todos os dias essa é a ideia (40 capítulos) e tem lá palavras de ânimo que ajudam a trazer alegria para as pessoas terem força para o dia a dia para continuar
– Está a pensar escrever outros livros?
Sim, já pensei nisso.
– Nesse caso, qual seria o título?
Eu já pensei em escrever novamente para adultos, mais para senhoras. Talvez seja mais o meu público.
Sobre o medo. Coisas que fazem as pessoas ter medo, ficarem tristes ou desencorajadas. Talvez o título fosse: 40 dias sem medo ou alguma coisa assim.
– Além de escrever, tem outra profissão?
Eu sou socióloga.
– O que faz um sociólogo?
Um sociólogo faz muitas coisas. Eu tirei uma licenciatura e depois podemos encaminhar para diferentes áreas. Há sociólogos que trabalham com os recursos humanos das organizações das empresas. O que significa isso? Cuidam das pessoas que estão a trabalhar numa determinada empresa. Portanto, tratam, por exemplo, dos seus salários, das formações. Veem se eles faltam, se veem trabalhar. Também podem trabalhar, como é o meu caso, em Associações de Solidariedade. Associações que cuidam das pessoas, de famílias que precisam de alimentos, de idosos que precisam de alguém que cuide deles. Eu trabalho numa dessas Associações.
Os sociólogos também podem fazer outras coisas como investigação. O que é isso? É , por exemplo, quando há um problema , imagina que há um problema aqui na escola, isto é só uma hipótese não é real; “imagina que alguém deteta aqui na escola que há uns meninos que faltam muito”. Os Senhores professores querem saber porquê. Então um sociólogo pode lançar uns inquéritos, que são umas perguntas para os pais dos meninos responderem. Depois, tentarão chegar a uma conclusão, o porquê de aqueles meninos faltarem muito. Imaginem que vamos descobrir que aqueles meninos não vivem com os pais e vivem com outras pessoas que têm dificuldade de os trazer à escola ou, que aqueles meninos têm falta de dinheiro e não conseguem pagar um transporte para vir para a escola. Estou só a inventar hipóteses. Um investigador é alguém que vai para um sítio qualquer e tenta perceber porque algo acontece.
Entrevista realizada por Isabella Santos, Diego Silva, Renan Martins e Sara Ramos (4º ano- EBSA)